Long Day's Journey into Night (O'Neill, 1956)
Desconhecia este clássico da dramaturgia americana, terminado em 1942, criado em 1956 na Suécia e na Broadway, mas conhecia a sua sequela, criada em 1957, A Moon for the Misbegotten. Nenhuma das duas produções me fez amar O'Neill como aconteceu com uma peça de Ibsen que vi na semana passada e que me seduziu inteiramente. A produção de Long Day a que assisti esta semana tem atributos mais do que impressionantes: Jeremy Irons e Lesley Manville nos protagonistas, Richard Eyre na direção. Peça demasiado longa (mais de três horas), com uma segunda parte repetitiva. Mas todos os atores são bons e transmitem bem o desespero generalizado em que caiu esta família americana que tinha tudo para ser modelar. Um pater familias (James Tyrone) com um passado glorioso no teatro sério, uma esposa e mãe carinhosa e muito bela. O amor entre os dois esposos é evidente, mas o que falhou ali? A forretice de James Tyrone e a evidente insegurança e frustração de Mary Tyrone dominam as suas máscaras e o destino dos dois filhos nada ajudam à situação: Jamie Tyrone não tem perspetivas de emprego estável e muito menos de ser bem sucedido como o pai, e Edmund tem o futuro próximo assegurado num sanatório para tuberculosos. Mary refugia-se na morfina, o marido e os rapazes na bebida. Mas acima de tudo o que os une é o amor familiar, ninguém quer desertar do ninho, quando muito agridem-se com amor. Londres 02.2018 Wyhndham's Theatre 4/5
Richard Eyre (encenação)
com
Jeremy Irons (James Tyrone)
Lesley Manville (Mary Tyrone)
Rory Keenan ("Jamie" Tyrone)
Matthew Beard (Edmund)
Jessica Regan (Cathleen)