Como resumir Rosmersholm (1886), uma das peças mais complexas que já vi? Seguramente uma das grandes obras da dramaturgia mundial. A peça inicia-se sob o signo da política, com o partido conservador e o partido da esquerda revolucionária a afrontarem-se na casa de Johannes Rosmer. Este ex-pastor converteu-se à esquerda ao mesmo tempo que perdia e por fim repudiva a fé, tudo sob influência da jovem Rebecca West, com quem vive uma relação não assumida. Johannes vai ser abandonado por todos os amigos por essa viragem política. Mas logo a peça é dominada pelos dilemas pessoais de Rebecca e Johannes, agravados pelo suicídio recente da mulher de Johannes. Não admira que Freud tenha dedicado tanta atenção ao teatro de Ibsen, rico em personagens em permanente auto-análise. Todos os atores foram excelentes. Paris 03.2018 TNO 4,5/5
Metteur en scène : Laurence Hetier
com
Benoît Dugas (Johannes Rosmer)
Sara Viot (Rebecca West)
Muriel Adam (Mrs. Helseth)
Jean-Paul Audrain (Professor Kroll)
Paul Wagner (Ulrik Brendel)