Se eu não fosse um espetador avisado, e não soubesse que Marivaux é um clássico francês, tomaria esta peça por contemporânea. É o melhor elogio que eu posso fazer a esta produção. Um texto do século XVIII, encenado num teatro do mesmo século (o Théâtre de l'Odeon é de 1782) que consegue seduzir sem dificuldade as plateias de hoje. Suponho que este texto é estudado nas escolas, pois eram muitos os adolescentes em grupo que assistiam à sessão de hoje.
Muito do sucesso desta produção deve-se ao encenador Luc Bondy, assim como aos atores, em particular a estrela Isabelle Huppert. Pessoalmente, só tive olhos para ela. Fascina-me tanto no cinema como no teatro. Louis Garrel, a outra estrela, encontrou um papel que o impediu de ser o cabotino e arrogante que de filme em filme parece cultivar como imagem de marca. Foi a primeira vez que gostei de ver este ator. Paris 03.2014 Odeon-Théâtre de l'Europe 4/5