CASA DE BONECAS (1879)

Maison de Poupée é património mundial ou qualquer coisa do género. Como Hamlet, por exemplo. Hoje pude confirmar esse estatuto da obra-prima de Ibsen. Na verdade, o meu coração balança entre a Casa da Boneca e Hedda Gabler, dois grandes textos literários, que tiveram um impacto considerável na sociedade e ainda hoje nos interpelam. Nora Helmer é uma esposa tradicional que vive para o marido e os filhos, mas no passado, para salvar o marido de uma grave crise de saúde, contrai um empréstimo com a assinatura falsa do fiador (o seu pai). Ela orgulha-se do seu gesto, mas então apercebe-se de que para os homens que fazem as leis, o passo que ela tomou só pode ser condenável. Ela, como mulher, sente-se excluída do mundo e da lógica desse mundo, construídos pelos homens para os homens. Resolve então, por fim, renunciar à casa da boneca onde a sempre mantiveram (o pai, o marido). A encenação de Jean-Luc Jeener expõe de forma clara as grandes questões feministas da peça e tem um respeito à palavra que me agrada. Os atores são muito bons. Paris 05.2018 TNO 4,5/5
Atores: 
Alicia Roda (Nora Helmer) 
Yves Jouffroy (Torvald Helmer)
Martine Delor (Kristine Linde)
David Mallet (Nils Krogstad)

 
A Doll's House (Patrick Garland, 1973)
Filme de Patrick Garland

Christopher Hampton adaptou a peça de Ibsen para este filme maravilhoso com atores superlativos: Claire Bloom, Anthony Hopkins, Denholm Elliot (nomeado ao BAFTA), Ralph Richardson, Edith Evans. O discurso final de Nora é sempre surpreendente de atualidade, e nem se aplica apenas às mulheres, mas reflete a contradição do amor, quando aquele que ama não deixa o outro existir por si. Melun 01.2021 TV 4/5

Cairn (Enzo Corman, 1997)

CAIRN (2003) Les Éditions de Minuit 2003 Leituras 2025